Contribuições brasileiras e argentinas para a Cooperação Sul-Sul no século XXI
DOI:
https://doi.org/10.35305/cc.vi135.135Palavras-chave:
cooperación SUR-SUR, Brasil, ArgentinaResumo
A Cooperação Sul-Sul encontra-se em crise identitária diante da dificuldade de afirmar sua natureza alternativa e distinta da cooperação tradicional, daí a premência de resgatar o espírito de Bandung. Dois estudos de casos, Brasil e Argentina, foram conduzidos sobre a prática da Cooperação Técnica Sul-Sul. Essa investigação baseou-se na seguinte questão: como a CSS responde à colonialidade que caracteriza os países e sociedades do Sul global, especialmente ressaltando as contribuições argentinas e brasileiras no século XXI? A hipótese que assumimos é que o Sul é um elemento essencial para a CSS transformar o sistema da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, à luz das experiências do Brasil e da Argentina no período de 2003 a 2015. Para tanto, apresentamos como marco teórico da pesquisa o construtivismo social (a teoria da estruturação), que mostram como a interação entre agência e estrutura pode transformar o sistema social (internacional), além do pensamento decolonial, que faz uma crítica à colonialidade inerente à modernidade. Além disso, discutimos a estrutura da CSS por meio das trajetórias e mecanismos internacionais e dos marcos (políticos, institucionais e operativos) disponíveis nos países selecionados. Também, defendemos a importância de se reconhecer uma agência social e moral na CSS com potencial de assumir uma natureza crítica e uma ética da libertação, refletidas nas percepções subjetivas encontradas no Brasil e Argentina. Por fim, tratamos da prática da CTSS como instância primordial da estruturação, observando o setor das políticas sociais no período de 2003 a 2015 que aproxima muito a CSS do ideário do Sul global pelo seu foco nos grupos sociais excluídos. À guisa de conclusão, sugerimos repensar a CSS, epistemológica e ontologicamente, por meio das três formas de instituição previstas: a simbólicas, a político-econômica e a normativa, que estão manifestadas na prática cooperativa, corporificadas pelos agentes e materializadas nas estruturas.
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